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sexta-feira, 1 de maio de 1998

ENTREVISTA COM A THE KIRA JUSTICE

É insdiscutivel que a The Kira Justice tem uma legião de fãs que cresce a cada dia. A banda caiu no gosto do otaku brasileiro, apresentando músicas clássicas de animes e filmes em versão rock. Confira agora uma entrevista exclusiva que a The Kira Justice deu a Alcateia RPG, duas semana antes do show no AGE Campinas e uma semana antes do show no Shinobi Spirit (Curitiba/PR).


* Como surgiu a idéia de formar a banda?

Matheus: Já frequentavamos eventos fazia mais de ano e sentiamos falta de uma banda com proposta de tocar não apenas músicas em japonês, mas também em nossa língua nativa, o português. Além disso, queriamos botar uma pitada de rock nas músicas mais leves, o que fazemos até hoje e o público gosta muito.

Alice: A idéia também surgiu da vontade de unirmos animes, principalmente aqueles que fizeram a nossa infância, com rock. No caso, duas coisas que gostamos muito.
Sarisa: Apesar de eu não ter participado do processo de formação, eu já tive outra banda com o Matheus. Além disso, já frequentava eventos e me identificava muito com a TKJ.

* Por que "The Kira Justice"?

Matheus: Na época, eu trouxe algumas sugestões de nomes pra banda. Ia ser inspirada em Death Note porque combinava com o fato de que tocaríamos músicas de anime e soava mais "sério". Entre algumas opções, “The Kira Justice” foi a que o pessoal gostou mais. Admito que não era a minha opção favorita - por mim, a banda teria se chamado "I am Justice" na época! Hoje, parece estranho só de imaginar.

Alice: O Matheus apresentou vários nomes inspirados em Death Note. The Kira Justice foi o escolhido e, em minha opinião, era o nome mais legal e mais forte.








* Como é o processo de composição de vocês? Vocês tem alguma música preferida?


Matheus: Eu começo de um conceito prévio, geralmente uma inspiração de um anime/game. Dali eu começo a criar toda a idéia em volta, que dita que influências musicais serão usadas, a letra que a música terá, como serão distribuídos os vocais, etc. Apesar de as letras sempre seguirem esse conceito prévio, com certeza a inspiração para elas também vem das experiências pessoais.
Não tenho uma preferência, eu acho. Todas as músicas que escrevo tem um toque muito forte. Mas gosto muito de “Viemos pra Ficar”, do nosso cd novo.

Alice: Na composição, a idéia da música é gravada e passada pra mim e, em cima disso, crio as linhas de baixo.


* Como vocês conciliam as turnês da The Kira Justice com a vida pessoal?

Matheus: Não é fácil, todos nós estamos cursando faculdade e alguns de nós trabalhando ou focando em algum outro compromisso pessoal. No momento eu estou fazendo o Trabalho de Conclusão do meu curso (Direito), por exemplo. O problema é que cuidar da banda não consome só os dias de show, mas também toda uma preparação e atenção ao público (preparar repertórios, responder entrevistas, praticar as músicas pra não esquecer, entrar em contato com os organizadores dos eventos para garantir que tudo corra bem no dia, etc). Lembrando que somos uma banda independente e não temos uma equipe para nos ajudar com os compromissos fora do palco com a banda!

Sarisa: Apesar de ser bem complicado tentar conciliar banda e vida pessoal, é muito gratificante ver o resultado do nosso esforço e organização para com a The Kira Justice. O nosso tempo de lazer (e muito mais) é utilizado para a banda, é uma escolha que tivemos de fazer para que desse certo.

Rafa: De fato, se manter a banda fosse só o show seria muito mais fácil, mas há uma preocupação diária com os afazeres relacionados a ela. É meio tenso às vezes, mas tudo muda quando tu sobes no palco. Tudo faz sentido.

Alice: Como já dito, manter a banda não é só fazer os shows nos finais de semana, daí isso ocupa boa parte do nosso tempo, que muitas vezes não temos, pois ao mesmo tempo em que estudo pra provas, vou à aula e faço estágio, tenho que praticar músicas, divulgar a banda e fazer toda a parte gráfica (site, arte das camisetas, bottons, chaveiros, encarte de CD, etc). É meio corrido, mas pra tudo se dá um jeito e no final, tudo isso vale a pena.

* Como é o relacionamento com os fãs?

Matheus: A gente tenta estar em constante contato com eles, para saber quais as expectativas, o que estão gostando e o que não estão. Apesar das decisões da banda caberem a nós, o público é sempre um importante termômetro para a banda, afinal o nosso trabalho é feito para eles.
Além disso, ter fãs nos aguardando em todo o lado do Brasil que a gente vai é nossa maior honra! É o que faz o nosso esforço valer a pena, sem dúvidas.

Sarisa: Posso dizer que uma das minhas felicidades é ter o carinho e a recepção dos fãs por onde fazemos shows, pois é a motivação deles que faz com que todo o esforço faça valer a pena.

Rafa: Nossa, o melhor possível, muito respeito eles e muito respeito deles também. Tu trabalha diariamente pra ser bom no que tu faz, quando alguém reconhece teu trabalho, é incrível...

Alice: Nós tentamos ser o máximo possível próximos dos nossos fãs, pois é muito gratificante receber o carinho e o apoio deles. Estar próximo deles também é importante para recebermos um feedback do nosso trabalho. Sempre levamos a opinião do público muito em conta. O melhor disso tudo é quando tu está no palco agitando e vê todo o mundo interagindo contigo!

* Qual foi a loucura mais inusitada que um fã fez?

Matheus: Ah, não sei se tem muita coisa que a gente possa considerar loucura. Mas já vimos bastante coisa inusitada. Fã que tatuou o nome da banda no braço, fã que viajou de longe pra ver show, fã que levou um Nintendo Wii pra gente autografar, essas coisas!

Rafa: Poh, o Wii foi épico... Teve uma vez um cara que nos abordou no aeroporto, ele foi pra sala de embarque correndo quase uma hora antes dele só pra poder falar conosco, foi muito estranho, mas muito legal... grande pessoa.

Alice: Os fãs já fizeram várias coisas que me surpreenderam, mas acho que o que mais me surpreendeu, ao ponto de eu pensar “só acredito vendo”, foi quando um fã fez uma tatuagem com o logo da banda no braço. Não pensei que isso ia acontecer tão cedo. É super normal ver alguém na rua com tatuagem de alguma banda muito famosa e, geralmente, internacional, daí, quando acontece com a própria banda, tu fica meio não acreditando que alguém fez isso mesmo.

* Qual o anime que da aquele sentimento de nostalgia em cada um?

Matheus: Pokémon. Eu gostei de vários animes na minha infância, mas nenhum que tenha me dado aquela sensação de “Putz, isso tinha que ser real!”.

Sarisa: Sailor Moon. Eu queria ser a Júpiter!

Rafa: Cavaleiros do Zodíaco. Sempre admirei o Seiya.

Alice: Sailor Moon, Cavaleiros do Zodíaco, Patrine e Winspector (esses dois últimos não são animes, mas vale). Lembro que passava a tarde assistindo a Manchete quando era criança, tentava desenhar as Sailors e brincava de CDZ com amigos na pracinha. Eu era o Shun. Pokémon também me faz lembrar uma época legal da minha infância.

* Como foi tocar com a Monoral?

Matheus: Foi legal! Conseguimos conversar bastante com os caras, trocar uma idéia e aprender coisas com gente que já sabe bem o que é viajar pelo mundo pra fazer show. Acho que o importante dessas ocasiões é isso aí, trocar experiências e tentar aprender o que der!

Alice: Foi muito legal! Primeiro porque eles são super gente boa, foram muito simpáticos com a gente. Outra coisa legal foi ter contato de perto com uma banda grande, ter visto como é no backstage, ver a passagem de som, a equipe. Acho que aprendemos muito com isso.

* Qual show foi mais marcante até o momento?

Sarisa: O que mais me marcou foi em Belo Horizonte, me emocionei muito lá, o público pulava, agitava, e passava muita emoção pra gente.

Alice: Pra mim sempre que é em um lugar novo marca. Criamos uma expectativa e geralmente a gente se impressiona como o público recebe a gente.

Matheus: O de Belo Horizonte foi o que teve o show mais completo entre palco, público e a banda em si. Em Pelotas a recepção também é muito boa, Curitiba não fica atrás, entre tanto outros lugares excelentes. Gostamos muito do que fazemos, então não tem um show que não tenha valido.

Alice: Nunca teve nenhum show que tenhamos dito “bah, que merda”. A gente sempre amou todos os shows que fizemos.

Matheus: Não tem show que a gente não saia encantado com as pessoas que conhecemos, os lugares, a cidade, tudo tem um efeito bom e muito gostoso para nós.

*Planos para assinar contrato com alguma gravadora?

Matheus: Seria legal! Por enquanto, não temos nenhuma proposta interessante. Mas seria muito legal, ter a oportunidade de distribuir nosso trabalho de forma ainda mais eficiente!

*Podemos esperar lançamentos de singles e albuns periodicamente?

Matheus: Com certeza! As ideias de músicas e covers vão chegando e a gente vai criando!

*O que o público pode esperar futuramente?

Matheus: Complementando a pergunta anterior, tem um plano pra gente gravar um split com outra banda muito fera do cenário nacional ali pelo meio do ano... É só aguardar!
Além disso, shows cada vez mais fodas, porque estamos constantemente investindo em novidades boas e inovações para o shows!

Mensagem final

Matheus: Aos nossos fãs, MUITO OBRIGADO. Sem vocês, o nosso trabalho não teria o mesmo sentido, nem os shows seriam motivo de tamanha diversão e prazer para nós. Esperamos poder contar com vocês por ainda muitos e muitos anos... e saibam que poderão contar conosco. Nos vemos em algum show quando passarmos pela sua cidade!

Ao blog, obrigado pela oportunidade da entrevista, e continuem fazendo a sua parte para que a gente possa ver não apenas o cenário de animes, mas o nerd/geek como um todo ganhar cada vez mais espaço no Brasil!

Sarisa: Valeu galera por nos dar todo o apoio sempre e espero vê-los em breve! Obrigada ao blog pelo espaço!

Rafa: Valeu pelo post e pelo apoio! KIRA NELES!

Alice: Espero que tenham gostado da entrevista e, quem conheceu a banda através dela, espero que tenham gostado e quero ver vocês nos nossos shows! Obrigada ao blog por ceder espaço para a banda com a entrevista; e aos fãs, pois é por causa do apoio deles que estamos onde estamos. Vocês são fundamentais pra nós!

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